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FESTAS DE AGOSTO - Religiosidade popular cheia de História (e histórias)

11/08/2025 - 10:46
SECOM | Texto: Hélder Maurício | Foto: Fábio Marçal

As Festas de Agosto estão agendadas para começar a poucos dias. Catopês, Marujos e Caboclinhos comandarão o momento, onde serão celebradas a cultura, o folclore e a fé. Uma pergunta é sempre frequente: Qual a história por trás da tradição das Festas de Agosto?
 
De acordo com Mestre Guga, presidente da Associação dos Catopês, Marujos e Caboclinhos, as Festas de Agosto de Montes Claros são um dos mais importantes patrimônios culturais e religiosos do Norte de Minas: “Sua história remonta ao início do século XX, quando, em 1902, chegou à cidade o primeiro bispo da recém-criada Diocese de Montes Claros, Dom João Antônio Pimenta. Profundamente comprometido com a religiosidade popular, Dom João viu nas manifestações já existentes entre as irmandades de negros — como os Catopês, Marujos e Caboclinhos — um valor cultural e espiritual que merecia ser fortalecido e preservado”.
 
Mestre Guga ressalta que, naquele tempo, cada grupo realizava seus festejos de forma separada, em diferentes momentos e locais, celebrando seus santos de devoção e reafirmando sua identidade: “Os Catopês homenageavam Nossa Senhora do Rosário e São Benedito; os Marujos reverenciavam o Divino Espírito Santo; e os Caboclinhos, São Sebastião”.
 
Com o passar do tempo, segundo mestre Guga, sob os olhos incentivantes de Dom João Antônio Pimenta, foram se aproximando essas celebrações até que se consolidou a ideia de reunir todos os ternos em um único grande festejo. “Nasciam, dessa forma, as Festas de Agosto como conhecemos hoje: um encontro plural, em que diferentes irmandades compartilham o mesmo espaço, mantendo suas tradições específicas, mas celebrando juntas a fé, a devoção e a cultura afro-brasileira”.

O presidente da associação celebra o reconhecimento das Festas de Agosto como patrimônio imaterial de Montes Claros, atraindo visitantes de várias regiões: “Queremos manter viva a memória e a identidade de um povo que, por meio da música, da dança, da cor e da fé, constrói e reconstrói sua história”.